quinta-feira, 20 de março de 2008

Saudade

É uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular, "saudade", só conhecida em galego-português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".

Diz a lenda que foi cunhada na época dos Descobrimentos e no Brasil colônia esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou ações. Provém do latim "solitáte", solidão.

Fernando Pessoa

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Incenso & Cigarro

Estão acesos no momento sob a mesa opaca, me equilibrando em estacas, mas a velocidade que queima o incenso é suave, enquanto eu trago e expiro densidade, respiração com charme tóxico inegável, alimento vicioso, engulo.

Vicissitudade.

O incenso que ainda queima perfumando, ainda. Cigarro já queimou, não me derreteu, ainda. Ou nunca.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Prefiro ser louco

Prefiro ter sal
Prefiro surtar
A ter que ser normal

Prefiro ser passional
Prefiro ser poético
A ter um olhar tão convencional

Prefiro ser intenso
Prefiro ser estranho
A ter que relegar meus melhores sonhos

Prefiro minhas angustias
Prefiro minha intuição
A ser colocado no molde da razão

Prefiro os traços bem delineados
Do que ser do clube dos alienados

Alexandre Fiuza

sexta-feira, 14 de março de 2008

domingo, 2 de março de 2008

profiles de orkut

não digo isso pelo fato de viver isso, não. mas, quantos profiles BIZARROS pode-se encontrar por entre redes de amigos que vão desde classe alta, média e baixa (e quando digo classe NÃO é classe social de mais riquinhos & podrinhos, e pobrinhos), são influências de inteligência, discernimento, senso (!)

sendo que, repetindo, não que eu viva profiles, mas concordaremos na suposição que se tenho uma forma de me expressar, seja ela qual for, expressarei e ponto final. expressar o tal do quem sou eu, escrita, album, testemoniais, comunidades, amigos... e são detalhes, uma palavra errada, uma foto bizarra, uma comunidade cretina muda tudo, para aqueles que têm no mínimo um pouco de percepção. a personalidade, seu bom/pessimo gosto, defeitos, encanações, medos & delírios (han-han), pode-se conhecer muito da pessoa, muito... em negrito: muito.

acho muito válido saber expressar, pois, como todo humano sabe, expressar não se deriva em apenas falar sem parar e expor sempre suas opiniões sobre o mundo, nem colocar listas enormes nas tags paixões, esportes, atividades, livros, música etc etc... (afinal, quem se importa muito em expressar seja qualquer tipo de opinião, são seres com sintomas de insegurança (engolindo a saliva)) e nem escrever hiper-descrições, redações perfeitas, palavras as vzs tão formais que nem sabíamos que existia na lingua portuguesa, mas pessoalmente, esse tipo de auto-expressao eh um caso a parte (-q).

o que anda me interessando bastante em profiles, nem tanto é a auto-descrição/expressão e sim a descrição que terceiros criam, nos testemoniais, conta muito, tudo, desde enormes textos sérios pseudo-sentimentais, poemas pseudo-alternativos, frases nonsense... mas as fotos eh ainda o que todos procuram e quando se reparam que a opção bloqueio do album ta ativada, se mordem de curiosidade. não entendo aqueles albuns posers (t-u-d-o puta), ou ainda aqueles com complexo do "eu fui", pior são as legendas: quem pode, pode. quem não pode se sacode (argh).

não expresso coco nenhum e nem bebo coco (hã), mas, poxa brasileiros, uni-vos e vamos aprender a têr um pouco mais de auto-discernimento, talvez seja essa peça para que o ser humano evolua e talvez o país tambem, porque quanto mais eu conheço pessoas, mais me amo. (e humildade tambem é caso a parte).